Os doentes hemato-oncológicos (com cancros do sangue: leucemias, linfomas, mielomas ,etc) têm actualmente um novo desafio a enfrentar: sobreviver com qualidade de vida. De facto, hoje, a grande maioria daqueles que têm leucemia, linfoma e outras situações semelhantes, ultrapassa a fase aguda da doença e, se não cura, pelo menos consegue que a situação evolua para a cronicidade , atingindo assim um patamar de “normalidade” na sua vida pessoal , profissional e familiar.

Há, ainda assim, uma parte dos doentes hemato-oncológicos que fica em situação de dependência, nomeadamente para as actividades da vida diária e a necessitar de cuidados médicos e de enfermagem continuados , muitas vezes fora do seu ambiente familiar.

O doente terminal tem direito à atenção dos profissionais de saúde, ao seu tempo, à sua capacidade e à sua inteligência. Existe a obrigação ética de atender cada um tal como é, sem discriminações – o doente terminal precisa de maior atenção e afecto. A obstinação terapêutica nestes doentes é uma prática a evitar. A Medicina Paliativa destina-se a tratar, cuidar e apoiar activamente os doentes (e família) na fase final da vida ; o termo “paliativo” de origem latina significa “o manto que cobre e protege”. Os cuidados paliativos têm como componentes essenciais o alívio dos sintomas, o apoio psicológico, espiritual e emocional do doente, o apoio à família e o apoio durante o luto , o que implica o envolvimento de uma equipa interdisciplinar.

No CHSJoão, o Serviço de Hematologia Clinica conta com a estreita colaboração do Serviço de Cuidados Paliativos na orientação e seguimento dos doentes hemato-oncologicos internados ou em ambulatório.